Aprender sempre – Pr Asaph Borba

Aprender sempre –

De um Pai para seus filhos

Quando nos tornamos pais, uma das coisas com as quais mais vibramos é com o desenvolvimento dos filhos. Nós nos alegramos com os primeiros passos, com as primeiras palavras e logo os vemos crescer e ir para escola, depois terminar o ensino médio e, então, chegarem à faculdade e muitos já começarem a trabalhar. Acompanhamos o crescimento e a maturidade que chegam junto com a rotina e os compromissos. Muitos filhos nessa hora parecem que já sabem tudo. O tanto que estudaram, vencendo as primeiras etapas da vida, parece-lhes ser suficiente para se manterem na posição que conquistaram até então. A sabedoria, contudo, ensina-nos que o aprendizado deve ser constante, pois precisa ser renovado e ampliado para não se tornar limitado. Por isso, é importante, nunca jogar fora bons conselhos e aprender a avaliar e refletir sobre tudo.

Aprender tem tudo a ver com ouvir, enxergar, apalpar, cheirar, degustar, sentir e observar atenciosamente, procurando captar principalmente, o que está por trás daquilo que nos é apresentado. Para isso, é necessário interagir com tudo e com todos, não apenas com aquilo que gostamos e aqueles com os quais temos afinidades, retendo sempre o que é bom. Por isso, é importante viver a vida com a mente disposta a aprender, perguntando e questionando sempre para entender, para assimilar e, finalmente, agir e praticar. Observamos isso nas crianças curiosas, que acabam se desenvolvendo mais rapidamente quando pequenas, pela busca do saber. Quem tem este coração de aprendiz, recebe conhecimento de tudo e de todos. Aprende, inclusive, com seus próprios acertos e erros.

O processo do aprendizado está diretamente conectado com desejos e sonhos, que se transformam em projetos e realizações. Isso é a chave na prosperidade pessoal de cada um, pois quanto mais abrangente e profunda é a aprendizagem, mais amplo é o horizonte.

Nos dias de hoje, a TV, o rádio no carro e a internet com suas muitas mídias de interatividade que expandem as fronteiras, podem ser um ladrão sutil de tempo potencial, entretanto, quando bem usados, podem tornar-se instrumentos poderosos não apenas de comunicação, mas também de aprendizado.

Apesar de tanta comunicação, os mais jovens têm apresentado cada vez mais dificuldades para discernir o que é importante reter, onde forcar a atenção, e, até mesmo, a quem dar ouvidos. Tudo parece entrar por uma orelha e sair por outra. Há alguns anos, eu reparei que, pela manhã e ao meio dia, quando ir levar e buscar meus filhos na escola, eles tinham que disputar o diálogo com o rádio do carro. Eram notícias sem fim e que só interessavam a mim. Um dia, porém, acordei para o fato de que este era um tempo precioso com eles e, assim, até hoje, quando eles entram no carro, desligamos o rádio e temos este tempo único para uma boa conversinha. Como pais, precisamos entender que todo o momento no qual interagimos com nossos filhos é um momento de ensino-aprendizagem. Se nós não reduzirmos o máximo possível os agentes dispersores de atenção, quando nos comunicamos com eles, estaremos ajudando na formação de alunos dispersos e desatentos, exatamente o que temos visto em profusão nas escolas hoje em dia. Pais devem falar com seus filhos buscando ter toda a atenção deles, lembrado aqui que é de vital importância que também se exercitem em dar-lhes atenção quando estes falam. O relacionamento sadio e o diálogo entre pais e filhos são fontes seguras de aprendizado, que formatam o entendimento e as atitudes da criança e do adolescente. Salientando que o interagir e questionar fazem parte de tudo isso.

Asaph Borba

(trecho retirado do livro “De um Pai para seus filhos”, de Asaph Borba, pág. 79-82)